Terça-feira, 16 de Janeiro de 2007
Indiferença

Pormenor de um dos órgãos do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto - Cabeceiras de Basto - foto minha em Creative Commons

Soltaram a poesia,
A filha sonora da Maresia
E da Doçura,
Nas ruas da Amargura.
Soltaram-na...
E ela, coitada,
Sem saber o que fazer, desamparada,
Em tão amargo meio,
Sem regras e sem freio,
Lançada a versos tão irregulares
No circo sangrento dos poetas petulantes,
Quis suicidar-se.
Quis dar-se.
E deu-se em sacrifício à prosa...
Ao vestir as vestes sacrificais
De despretensiosa,
Fugiu aos tribunais
Da Gramática Inquisição.

Morreu.
Secou-se-lhe o coração.

Morreu a Poesia!
A filha sonora da Maresia
E da Doçura.
Deixou-se morrer.
Até a dor morreu,
fingida ou não.
E alguém quis saber?
Naaaaão!
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publicado por Manuel Anastácio às 22:44
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3 comentários:
De Ana Ramon a 17 de Janeiro de 2007 às 13:33
Morreu, nada!
De Poesia Portuguesa a 17 de Janeiro de 2007 às 15:55
Mas que mau humor... afinal, se morreu a Poesia, o que estou aqui a fazer eu? A apanhar os "cacos" ou a fazer o funeral?
eheheh
De Manuel Anastácio a 18 de Janeiro de 2007 às 11:56
Pronto... Não morreu... Era só liberdade poética. :)

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