Santa Rosália de Palermo, ermitã - senhora dos húmidos segredos da Terra, preside a mais uma tradução minha de um soneto de Gerard de Nerval (As Quimeras).
Em décimo-terceiro volta... à frente...
E sempre a única único instante;
Já que és rainha! Provir ou o poente?
És rei, tu, único ou o último amante?...
Do berço ao caixão, ama quem tal sente
A que amei, inda de amor ofertante
É morte ou morta... Gozo atormentante!
E malva-rosa é a rosa vigente.
Santa Napolitana: acesos dedos,
Santa Gúdula: rosa, roxo imo,
Viste a cruz nos celestiais degredos?
Rosas brancas que insultais nossos credos,
Caís, brancos vultos, de ardente cimo?
Mais santa és, se de fundos segredos.
(Versão de Manuel Anastácio)
Gerard de Nerval, As Quimeras