Sábado, 21 de Janeiro de 2006
Artemisa, de "As Quimeras" de Gérard de Nerval

                                      Nerval

Santa Rosália de Palermo, ermitã - senhora dos húmidos segredos da Terra, preside a mais uma tradução minha de um soneto de Gerard de Nerval (As Quimeras).


Em décimo-terceiro volta... à frente... 

E sempre a única –  único instante;

Já que és rainha! Provir ou o poente?

És rei, tu, único ou o último amante?...

 

Do berço ao caixão, ama quem tal sente

A que amei, inda de amor ofertante

É morte – ou morta... Gozo atormentante!

E malva-rosa é a rosa vigente.

 

Santa Napolitana: acesos dedos,

Santa Gúdula: rosa, roxo imo,

Viste a cruz nos celestiais degredos?

 

Rosas brancas que insultais nossos credos,

Caís, brancos vultos, de ardente cimo?

Mais santa és, se de fundos segredos.


(Versão de Manuel Anastácio)

 

Gerard de Nerval, As Quimeras

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publicado por Manuel Anastácio às 00:08
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3 comentários:
De Filipe a 22 de Maio de 2006 às 13:35
Fiquei intrigado pelo título versus conteúdo, porquê artemisa?
De Manuel Anastácio a 23 de Maio de 2006 às 00:20
Em breve responderei num post dedicado ao assunto. Mas não fui eu quem deu nome ao poema... Na verdade, seria Nerval quem deveria responder.
De Manuel Anastácio a 24 de Maio de 2006 às 21:09
E está respondido...

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