Quarta-feira, 29 de Outubro de 2008
Gosto de... Portugal e de Guimarães

Painel de azulejos na Estação de Caminhos de Ferro de Vilar Formoso: "Castelo de Guimarães"

 

Para alguns de Braga, Guimarães é Espanha. Para o resto da Nação, Guimarães é o Berço da Nação. E não vou agora contribuir para tal discussão.

 

Para mim, Guimarães é a Natureza lentamente torcida pelo peso do granito. É o que penso quando olho para o chão que piso (ainda há dias levei um raspanete de uma colega que me mandou olhar cima, levantar o queixo, como se olhar para o chão fosse um sinal de desalento, quando não é). Olho muito para o chão enquanto ando. Gosto de caminhos. Gosto de sentir o chão (para desespero da Carla que detesta ouvir-me a raspar o chão com as solas dos sapatos enquanto ando).

 

Gosto de caminhos. Há uma versão, pouco aceite, aliás, e sem grande fundamento documental, que faz derivar o nome de Guimarães de uma suposta inscrição na porta de entrada da torre de menagem do Castelo, ou mesmo numa pedra do frontispício da já derrubada Capela de S. Tiago na Praça do mesmo nome. Capela essa, agora marcada em planta no pavimento granítico desta praça, comunicante com a da Oliveira. Diria a inscrição "Via Maris". Caminho do Mar. Gosto da hipótese. Gosto destes caminhos etimológico-toponímicos alternativos.

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publicado por Manuel Anastácio às 20:12
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Terça-feira, 28 de Outubro de 2008
Gosto de... Portugal

Painel de azulejos na Estação de Caminhos de Ferro de Vilar Formoso: Almeida: antigo quartel general, depois cadeia e, hoje, Câmara Municipal (creio eu).

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publicado por Manuel Anastácio às 07:59
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Sábado, 25 de Outubro de 2008
Gosto de... Portugal

Painel de Azulejos na Estação de Caminhos de Ferro de Vilar Formoso: Mosteiro da Batalha. Clicar para ver em pormenor (voltar a clicar na página que abrir).

 

... mesmo na versão postal.

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publicado por Manuel Anastácio às 19:15
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Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008
Gosto de... Portugal

Painel de Azulejos na Estação de Caminhos de Ferro de Vilar Formoso: Mosteiro dos Jerónimos. Clicar para ver em pormenor (voltar a clicar na página que abrir).

 

... apesar de Portugal não gostar de mim.

publicado por Manuel Anastácio às 22:21
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Terça-feira, 21 de Outubro de 2008
Gosto de... repetições

Nas fotos: Aquilegia vulgaris, Pombeiro de Riba Vizela, Felgueiras.

 

A essência da poesia é a repetição tornada não redundante pela variação. Isso é verdade para a literatura, mas também para a música, para a arquitectura, para a dança e para todas as artes que reclamem para si o desejo de dar uma ordem sublime ou significante - ou, simplesmente, interessante - a uma das mais arbitrárias medidas da percepção: o ritmo.

 

A Maria Helena pergunta-me se a repetição (sorte tenho eu em não dizer ela redundância...) é intencional. É, claro.

 

Intencional a repetição de gostos (ó) e de desgostos (ó) - estes últimos ainda por estrear.

 

Intencional a repetição de títulos e de articulações entre matérias e materiais e, especialmente, entre o orgânico e o inorgânico, o fútil e o sublime, o público e o privado, o partilhável e o impartilhável, o significante e o assignificante. Intencional a repetição sucessiva de referências geográficas que funcionam como unidades estróficas.

 

A repetição inscrita nestas variações entre extremos serve-me de meio expressivo. Dá-me a ilusão de criar um espaço independente a partir dos espaços que piso. A ilusão de que as léguas de terra que devoro  (citando Adolfo Rocha...) me concedem um pingo da sua lenta efemeridade nos segundos a que a elas sacrifico o meu olhar. Dá-me a ilusão de estar a dizer algo.

 

 

Mesmo que não tenha nada (mais) a dizer. Como quem reza o terço.

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publicado por Manuel Anastácio às 23:07
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