Di Provenza il mar e il suol de La Traviata" de Verdi, na voz de Lauritz Melchior, numa gravação de 1913 (por isso, não estranhem o som!), a acompanhar a nostalgia mediterrânica do poema.
Poema de Goethe, inserido em "Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister" - a tradução (livre, como sempre) é minha. A preparar mais um soneto de Nerval.
Conheces o país onde crescem os limoeiros,
Onde, na folha escura, as laranjas são luzeiros,
Onde do azul do céu uma ténue brisa sopra
E entre os altos ramos de loureiro, é calma a murta?
Não o conheces bem?
Seria para aí que eu iria,
Para estar contigo, oh, meu amor!
E a casa que em esteios e colunas é sustentada?
Os seus quartos radiosos e ofuscante entrada,
E onde o olhar de estátuas de mármore nos alcança?
Mas o que fizeram contigo, pobre criança?
Não a conheces bem?
Seria para aí que eu iria,
Para estar contigo, meu vero protector!
Conheces aquele monte de nuvens cercilhado?
A mula que passa pelo caminho enevoado,
E dragões que em grutas perpetuam a geração,
E rochedos polidos pela água em borbotão;
Não a conheces bem?
Seria para aí que eu iria,
É por onde temos de seguir. Pai, é essa a nossa via!