De
viajante a 27 de Setembro de 2006 às 19:02
tenho reparado, aqui e alí, na presença dessas construções castrejas, de que a de Briteiros, por força das minhas origens, é necessariamente a primeira. porém está descontextualizada, por falta de continuidade histórica até hoje. e, sendo assim, fica à mercê da imaginação dos arqueólogos. sem mencionar mais, quero falar-lhe da pequena capela que existe nas Termas de S. Pedro do Sul, junto ao complexo balneo-religioso romano. é uma capela feita sobre ruínas de pequenos templos anteriores. a construção mais antiga está representada por várias pedras, uma delas embutida naquilo que agora constitui a cabeceira exterior da capela. à qual não há como roubar-lhe a sua proveniência castreja nemnegar-lhe o paralelo com Briteiros.
a questão é esta: os castros são povoados, vivia neles gente, famílias, clãs, talvez uma tribo inteira. a que corresponde uma religião, um culto, uma crença, uma cosmogonia, uma visão do mundo. os trísceles e suásticas são um aspecto simbólico dessa religião ou dessa cosmogonia. mas onde tinham os castrejos os seus rituais, os seus marca-passos sezonais, as suas cerimonias que os re-ligasse, a sua relação formal com o divino? onde estão, simplesmente, os templos castrejos?
a mim nunca ninguém me falou neles, nem de boca nem de livro.
mas eu penso que estão precisamente aí, nessas capelinhas minúsculas, ao fundo dos povoados castrejos, perto de linhas de água.
se me permite, vou fazer deste comentário um post.
obrigado por me ter feito relembrar o assunto.
um grande abraço
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