Terça-feira, 23 de Agosto de 2016
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Sabeis bem o detestável que é matar.
Mas sabe tão bem.
Tão bom. Ver o sangue do infiel
a correr. Tão bom, ver
o criminoso, culpado ou não, a baloiçar
Como metrónomo regular da vida humana.
É tão bom, isso de matar.
É indigno. Desumano.
Mas tão bom.
Triste e leda sina
esta, de Ver rios eternizados em hemoglobina.
Ver assim o mar,
Subtraído à materna vocação de unir e de gerar
para, viril, assim matá-los, a eles
que acreditam em matar.
Não nós, que só matamos
porque não queremos matar.
Ah...
É tão bom matar...
Tão bom.
E quem morrer, que estivesse noutro lugar.

publicado por Manuel Anastácio às 16:37
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