Quinta-feira, 23 de Junho de 2011
XLI

O BE não foi à mesa da Troika por uma única e clara razão: porque não tinha de ir, porque não era lógico ir, porque não ia lá fazer nada. As pessoas não compreenderam isso? Não? A sério? E eu tenho lá culpa de as pessoas serem burras? Chamem-me arrogante à vontade. Sou arrogante, quero lá saber... E se o BE foi arrogante, era assim que eu o queria e o quero ainda. Arrogante, mas coerente. Agora vamos andar atrás da coerência postiça dos CDésses só porque dá votos? Se as pessoas são burras, medrosas ou o camandro, os partidos devem rever os seus valores de modo a ajustá-los à burrice, medo e camandrice das pessoas?... Haja paciência.

publicado por Manuel Anastácio às 09:09
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Assunção

Não vou embarcar no coro de elogios a Assunção Esteves. Votaria a seu favor, se fosse deputado, mas apenas porque é lógico que o lugar tem de ir para alguém do PSD e porque o Fernando Nobre merecia bem este peido cigano. O fato de ser mulher, e de ter votado pelo lado certo no referendo do aborto (como o Passos Coelho, aliás) não faz dela uma pessoa justa. É apenas o mal menor. O mal maior, mas mal legítimo e adquirido por vontade própria dos maltratados, é ter de ser alguém como ela.

publicado por Manuel Anastácio às 08:53
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Presidenta

Vou ser conservador. Detesto a palavra presidenta. É uma palavra formada sem qualquer respeito para com a Língua Portuguesa e a sua lógica interna. É português macarrónico. A Dilma diz o que lhe apetecer, não a considero autoridade em questões linguísticas. A Pilar pode dizer que eu sou néscio porque não entendo que a palavra não existia antes porque não existia a função. Isso sim, é néscio. Se assim fosse deveríamos chamar gerentas às mulheres que gerem alguma coisa, diferentas às que diferem em alguma coisa, conscientas às que têm consciência, para não falar das estrelas cadentas... E ponto final. É palavra que não uso. E as mulheres que reclamam para si tal vocábulo absurdo e o querem impor estão a dar mostras de um radicalismo inconsequente, ilógico e birrento.

 

Radicalismo inconsequente porque é indiferente usar-se uma palavra ou outra - a dignidade da função advém da forma como esta é cumprida, não pela designação que tem. Radicalismo ilógico porque é um fundamentalismo que ignora as raízes da Língua e a sua consistência interna. Isso não me preocupa por aí além. Aliás: esta é uma discussão, acima de tudo, fútil. Mas quem não não se sente não é filho de boa gente. E não gosto que me chamem de néscio ou machista apenas porque penso de forma lógica numa questão linguística onde não está presente qualquer subentendido valorativo em questões de género. Tenho dito. Néscio ou néscia é aquele ou aquela que me quiser obrigar a usar um vocábulo para mim detestável.

 

Usem a palavra à vontade. Mas não a imponham a ninguém. Sejam inteligentas e tolerantas, se faz favor.

publicado por Manuel Anastácio às 08:01
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Quarta-feira, 22 de Junho de 2011
XL

Nada

Paramécias

Cissiparidade

Enxofre,

Dicromato de amónio e

Outras coisas

Onde entra tudo e nada

Devia falar mais das coisas de que não gosto.

Parece que sou mais convincente.

Começo a envelhecer.

Se a vida é uma ampulheta, as decepções são a areia.

Falo de política, claro. E tirando o Silvério Salgueiro e mais uma ou duas pessoas maiores de 15 anos que me lêem, todos julgam que é no indivíduo que reside a redenção... E não lhes falta a razão. A redenção é sempre individual. Mas não serve de nada a (quase) ninguém. O Buda atingiu o Nirvana. Que bom para ele.

Eu tenho a grandeza de alma de ser uma alma danada. Cada vez me sinto mais como o Saladino na Divina Comédia.

O Castor.

 

---Nova secção---

 

Ao ler  texto que se segue confirma que tem menos de 15 anos. Se já os tem, ou mais, temos pena.

 

 

Caros fiéis leitores com menos de 15 anos, que sei que os tenho: o texto que eu escrevi agora é uma coisa que tem a ver com aquilo a que os ingleses chamam non-sense. É como as piadas secas. Não quer dizer nada. Não tem sentido nenhum....mas nós rimo-nos (e às vezes, mais do que quando as coisas têm sentido). A diferença é que, aqui, não pretendo fazer ninguém rir. Nem sequer tem graça. Sou só eu a queixar-me para os meus botões. Isso é um bocado infantil. Mas eu também tenho direito a ser um bocado infantil, não tenho?

Hoje, a Irina disse-me que gostou do texto que escrevi sobre o Sardet. Obrigado, Irina. Eu nem sequer acho que tenha sido um grande texto. Mas é sempre bom quando gostam do que nós fazemos. Já te aconteceu escreveres um texto, a português ou a outra disciplina, onde te tenhas esforçado muito e de que gostavas muito e que, no entanto, te tenha valido uma nota de caca? Pois, ao ouvir o teu elogio senti exatamente o contrário: recebi um cinco quando estava à espera de ter um três menos. Sabe sempre bem.

Quanto à "Condição Humana"... eu sei que é um título esquisito. Se queres saber... eu mesmo não sei bem o que quer dizer. Só sei que é qualquer coisa que tem a ver com as coisas que nos fazem sofrer, com as coisas que nos fazem sorrir, com as coisas que nos fazem sermos humanos. Como sabes, somos animais. Mas somos diferentes dos outros animais em muitas coisas. Eu sei que aprendem na primária que somos animais racionais. Mas não é nada disso. Até porque os professores dizem que somos animais racionais mas, depois não dizem o que é que isso quer dizer. A condição humana, se calhar, é aquilo que nos diferencia das outras formas de vida. Os outros animais também sofrem, também morrem, também se sentem bem, às vezes... mas o ser humano tem consciência do que é sofrer. Tem consciência de que aquilo que faz vai interferir, para melhor ou para pior, com a vida de outras pessoas que também têm consciência de qualquer coisa. Eu não acho que o ser humano seja um animal racional. Racional quer dizer que utiliza a razão. Isso é uma treta: o ser humano raramente utiliza a razão. Mas tem consciência de alguma coisa. Todos nós temos consciência de alguma coisa. Temos consciência de que fizémos coisas más ou coisas boas. É por isso que eu fico irritado quando os meus alunos dizem que somos animais racionais. Nada disso. Somos animais conscientes.  E acredita que ninguém sabe se, realmente, somos assim tão diferentes dos outros animais. Por vezes não temos consciência daquilo que devíamos ter - mas aí é porque nos falta a razão e a boa vontade. Ainda é complicado? Eu sei. Mas é por isso que eu escrevo sobre a Condição Humana. Porque é complicado. As coisas simples falam por elas mesmas. Temos mesmo de falar daquilo que não entendemos. Se falarmos só sobre aquilo que entendemos, podemos ensinar alguma coisa aos outros, mas não aprendemos nada. Ficaste esclarecida? Não? Não te preocupes. Eu também não.

publicado por Manuel Anastácio às 22:51
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Terça-feira, 21 de Junho de 2011
O país precisa de uma alteração de mentalidades

... lá isso precisa. Mas em que direção?

 

Em que sentido?

 

Naquela(e) que vos dá jeito? Ide pastar caracóis para o Alentejo.

publicado por Manuel Anastácio às 00:35
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