Domingo, 29 de Maio de 2011
Irresponsabilidade

Tudo apodrece à nossa volta, é verdade.

E todas as promessas se diluem

Na atmosfera, em ondas que se afastam.

Tudo é sonho.

Tudo é mentira.

Tudo decai.

Tudo permanece em semi-vida

E de tudo irradia aniquilação.

As flores murcham no seu prazer e os frutos ficam só pelo rascunho

De um carpelo murcho e atrofiado.

Tudo permanece em silêncio, amarrado a silêncio,

Tudo silenciado, a não ser o gesto.

O teu gesto de ser, de avançar,

De acreditar sem esperar.

Tudo é esperança, tudo é lembrança,

Tudo é passado, destruído, arrasado,

Tudo morre à nossa volta,

Tudo nasce com a certeza de que terá fim.

É por isso que não somos tudo.

Estamos à parte. Tudo à nossa volta morre.

Menos nós. Ainda mais quando antecipadamente

Já morremos.

Porque a nossa decadência é a seiva que perfuma o ar

De um instante que outros sorverão com nostalgia.

Morreremos, também, um dia.

Mas outros por nós viverão

E aspirarão o doce odor da nossa irremediável, irresponsável

Utopia.

É por esse instante, que sendo nosso,

Não viveremos, que prestamos, em silêncio,

O nosso rito, enternecido,

A um Deus de Amor que é um grito.

Há no nosso sonho aflito

O renascer de um Deus para nós desconhecido.

Tudo é sonho.

Tudo é, à partida, perdido.

A não ser que o queiramos agarrar sem o merecer primeiro.

E só o merecemos se o deixarmos por nós esperar.

Tudo morre, tudo é sonho.

Tudo.

Menos nós, que não somos tudo.

Somos a parte de tudo dar.

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publicado por Manuel Anastácio às 21:57
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Quinta-feira, 26 de Maio de 2011

Há dois anos atrás não sabia nadar, yô.

 

Hoje, desenrasco-me.

 

Duas vezes por semana, mergulho sem vontade, ou muito cedo ou ao fim do dia, nas piscinas do Vitória (antigas piscinas dos Bombeiros) e saio de lá de alma lavada, com vontade de ficar a flutuar ali como se não houvesse amanhã, nem política, nem testes para corrigir, nem actas (atas) por escrever, nem relatórios, nem formulários, nem mails, nem males, nem a sombra da miséria, nem crianças a morrer de fome lá longe, nem a minguar de fome aqui perto (e não estou a exagerar, há disso por muito que custe a ouvir ao Senhor Magalhães aqui do bairro). No Verão, passei de não-frequentador de piscinas e afins, no mais fanático chapinhador. Estou sempre à espera que alguém deixe cair uma moeda, uma pulseira ou os óculos de natação (de que eu não prescindo) no fundo. E eu atiro-me, como aqueles miúdos do Terceiro Mundo que se lançavam ao atracar dos navios quando os milionários atiravam moedas para o abismo só pelo espectáculo de (não) vê-los a subir à tona. Sempre recebi agradecimentos, graças a Deus. Mas ali,vendo as traves do tecto, flutuo como o Nanni Moretti no "Palombella Rossa", entre as desilusões do mundo - as que ainda não conhecemos, porque esquecemos - e as que sabemos de cor, como as cenas mais sentimentalmente cruas do "Doutor Jivago" (que já recomendei ao Tiago, porque nem só de Eisenstein vive o Homem).

 

Ainda não sei nadar bem de bruços e ainda dou os primeiros passos na mariposa. Tenho uma rigidez nas pernas que ninguém sabe explicar. A pernada de bruços exige descontração. E eu sou tenso como os diabos. E sempre que exijo demais das pernas, tenho cãimbras que me tornam as barrigas das pernas grávidas como se de lá fossem sair alguma Atena de capacete. A professora diz para eu comer bananas, por causa do magnésio-ou-sei-lá-o-quê. O professor é mais paciente (em termos profissionais, os homens são mais pacientes, não são?). Apenas diz que com a prática tudo vai ao sítio. Comecei a fazer cambalhotas para virar há coisa de poucos dias e dou sempre com as pernas ao lado. Mas há dois anos, não sabia nadar, yô.

 

Hoje, posso ser um empecilho para uns gajos que têm ar de quem vai votar CDS (vê-se pela pinta), mas prometi, em conversa de balneário, que para a próxima faria tudo para engonhar ainda mais na piscina enquanto aqueles tipos que fazem mariposa como se fossem levantar voo tenham de fazer golfinho assim que as suas trombas experientes baterem nas minhas pernas rígidas. O professor disse para ficar mais uns bons minutos a treinar a pernada de bruços. E os gajos amandaram-se à água e fingiram que não estava mais ninguém. Da primeira vez, julguei que estava a atrapalhar profissionais. E eles tudo fizeram para confirmar a minha ideia. E eu, atadinho que sou, saí da piscina. Hoje, o gajo com cara mais CDS-PP ficou ali especado à espera que eu saísse. Não há maior insulto que esse. Nasceu dentro de uma piscina e julga por isso que é dono da mesma. Do género "estou à espera que os amadores saiam". Era uma lambada naquela tromba de personagem de romance de literatura light, que ele não se punha direito enquanto não lesse "Os Esteiros" do Soeiro ou "As Vinhas da Ira" do John. Mas não. Voltei a sair. Não sou gajo de luta. A minha luta é outra. Sou de esquerda, mas reflicto antes de usar cocktails molotov. Da próxima faço mais quarenta e cinco minutos de pernas de costas. Ando 5cm/h, a não ser que consiga relaxar os músculos do pescoço, o que para mim é difícil, habituado que estou a curvá-lo, mais por gentileza ou vergonha na cara que por submissão. Mas os outros não entendem assim. É por isso que vou engonhar da próxima vez. Há greves que ainda fazem sentido.

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publicado por Manuel Anastácio às 00:22
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Quarta-feira, 25 de Maio de 2011
Poluição - e um texto de Tiago Peixoto

Ninguém me pode acusar de usar as minhas aulas como palanque político. Sempre que falo de política (e nas aulas não faltam motivos para isso), sou sempre imparcial. Agora se um aluno meu me faz questões em privado sobre as minhas opções políticas, não deixo de responder de acordo com as minhas convicções sem que deixe também de apontar os defeitos que são transversais ao ser humano e que facilmente deturpam as mais nobres ideias políticas. Muitos erros, e dos piores, foram cometidos em nome dos ideais de Esquerda. Mas também o Cristianismo deu origem a fogueiras humanas e intolerância durante séculos, sem que se possa imputar tais crimes ao próprio Cristianismo, mas a quem o usou como emblema da sua intolerância. A CDU pintou a escadaria da Universidade de Coimbra. Confesso que se fosse o Bloco de Esquerda, seria eu o primeiro a revoltar-me. A política não deve conspurcar o Património, mesmo que tenha sido erigido pelos ideais fascistas. O Património, as pedras lavradas, não têm culpa. E pintar murais em locais que são de todos irrita-me. Nisso ponho-me do lado dos capas negras e demarco-me do camarada Jerónimo de Sousa: há mais formas de passar a mensagem, sem que se ofenda a retina. Mas entre a poluição visual de um mural que pode ser limpo sem problemas e descargas ilegais e poluentes em cursos de água, como foi feito por uma empresa então gerida por Passos Coelho (ao qual se junta a desvalorização do caso por este senhor), creio que os murais serão um caso menor.

 

Passo ao texto de um meu aluno (de quem já aqui falei), devidamente assinado, e a seu pedido:

 


A "festa" das Legislativas está ao rubro, principalmente entre o "Círculo do Poder" (já explico porquê), ao qual eu gosto de chamar "círculo da troika".

Para começar, uma breve nota:
- Troika, o que significa?
Pois bem meus caros, depois de ter investigado, eis o que encontrei:
 "Troika é uma palavra de origem russa que pressupõe a existência de uma equipa de 3 membros, no caso actual, 3 entidades.
Na Rússia, é usada para descrever uma carroça que é puxada de por 3 cavalos..."
 
Parei logo aqui, pensei, "Aqui está". É uma proeza igual a tantas outras que as Línguas nos trazem, onde, embora o contexto mude, os significado e a grafia da palavra permanecem intactas.
Era aqui que eu queria chegar, a infame "troika" é uma força de 3 cavalos: FMI, BCE, Comissão Europeia, que veio para nos puxar, para puxar a carruagem que é Portugal. Veio para nos puxar para os pés do Rei, o deslumbrante Capital. Não é ao acaso que lhe chamei de Rei. Chamei-o de tal modo, pois, assim como na Monarquia, o povo suporta o resto da nação, e é o que menos direitos tem. Vejam, outra proeza da Língua.
A "troika" ajuda-nos a chegar ao Reino do Capital, indo pela auto-estrada da injustiça, passando pela portagem da austeridade, mas não se preocupem, o povo paga.
Termina aqui a minha nota, mas começa a minha ideia.
Era nestas alturas que eu gostava de ver Freud vivo. Seria interessante ver a sua psicanálise ao Dr.Portas, pois a mim custa-me imenso compreendê-lo . Gostava que Freud me explicasse, talvez não num ensaio, mas numa obra de três volumes, como é que alguém que sabe o que se vive, já por isso está nas feiras, alguém que sabe as dificuldades que esses mesmos, ou seja, nós, enfrentámos assina um documento de aprovação da nossa viagem ao Reino do Capital.
Gostava de ver Freud a explicar no seu segundo volume, a definição da "Defesa do Povo" do Dr.Portas...Ah, não precisamos de retirar Freud da sua paz eterna (seja ela no Céu, ou onde quer que seja). Basta ir-mos à página 339 de "O meu primeiro Dicionário" da Porto Editora, e lermos a primeira palavra: Hipocrisia.

Nem mais. Definição: Fingimento de Qualidades para esconder defeitos. O discurso cheio de moralismos do Dr.Portas, não passa disso: Hipocrisia.

Aqui está, já estou a falar do Círculo do Poder, ou pelo menos os Círculo das Sondagens, ao qual eu gosto muito de analisar e de me rir quando vejo a sua amostra de entrevistas.

Podemos agora passar para os laranjas e os rosas.
A campanha não passa disso:
Insulto vai, volta, novo insulto vai, volta...sucessivamente. (Grande ideia terem posto campanhas eleitorais em sítios diferentes, quer dizer, má ideia para os fãs de luta livre). Mas a verdade é que esses insultos são facas que têm como objectivo tornar o laranja e o rosa em preto. Mas no meio está o Povo, e este leva com as facas todas...

Curioso: 3 partidos, 3 candidatos, 3 discursos moralistas e defensores do povo, 3 canetas a subscrever a carta verde da desgraça.

Não vou falar dos outros 2 partidos, pois me chamariam de utópico e diziam que precisava de ir para as Novas Oportunidades.
Uma psicóloga disse-me: "Tu tomas decisões mais rapidamente através do que o que vês fazer, do que o que vês (ou ouves) dizer."

Espero que isso aconteça 5 de Junho, caso não, boa viagem, levem comprimidos para as dores...desculpem, para a carteira.

Tiago Peixoto

publicado por Manuel Anastácio às 08:44
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Segunda-feira, 23 de Maio de 2011
XXIII

Ver a política como um jogo é semear insensibilidade no coração.

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publicado por Manuel Anastácio às 00:13
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Sábado, 21 de Maio de 2011
Excertos de correspondência privada. O RSI e o vício

Em resposta a uma pergunta que me fizeram, educadamente, sobre o pessoal que vive preguiçosamente do RSI (e não vou discutir aqui se isso é possível ou não) e, mais que preguiçosamente, que passa o dia a fumar. Essa imagem muito utilizada pelos detractores do RSI ou Rendimento Social de Inserção está muito enraizada no imaginário político português. Muita razão há, infelizmente, neste outdoor do Portas:

 

Uma verdade pode servir para autenticar a mentira? Há cada vez mais pessoas a pensar como eles, pois há. Isso não significa que pensem bem.

 

Segue-se um texto que escrevi em reposta a uma pergunta que me foi feita. Procedi a algumas alterações. Não é um texto com valor literário, mas creio que mais vale estar aqui do que na caixa de correio.

 

Os vícios são do domínio privado e, desde que não interfiram com a liberdade dos outros, são da responsabilidade dos próprios. O moralismo é um caminho perigoso e não cabe ao Estado julgar o estilo de vida das pessoas, a não ser que seja um estilo de vida criminoso. Todos nós temos ou teremos vícios... Claro que se uma pessoa usa o dinheiro de um subsídio que deveria servir para alimentar os filhos para alimentar um vício pode, e deve ser, denunciada como negligente, porque nesse caso é a vida dos filhos que está em jogo. Agora, se a pessoa usa o dinheiro do subsídio, que deveria servir para se alimentar e ter uma vida digna, para sustentar um vício, isso é da sua própria responsabilidade, arcando com as consequências da sua decisão. Pensar que os vícios se curam à força é piorar o problema. Uma pessoa viciada em drogas e "preguiçosa" não vai deixar de se drogar nem começar a trabalhar se lhe tirarem o RSI. Antes pelo contrário. Como deixa de receber esse subsídio, irá recorrer a meios marginais de obtenção do dinheiro necessário para sustentar o vício, ou seja, prostituição, crime, economia paralela... Enquanto recebe o RSI há, contudo, mesmo que pequeno, algum acompanhamento da Segurança Social que poderá ter um efeito benéfico na forma como as pessoas encaram a vida. As pessoas recorrem muito à imagem de alguém a fumar à custa dos contribuintes. É um hábito que não é saudável, mas a verdade é que o alcoolismo é um problema de saúde pública muito maior e com consequências ainda mais destrutivas para as famílias que o consumo de tabaco ou mesmo de haxixe... o uso de drogas por parte do ser humano é quase biológico. É fácil entrar no discurso "quem não tem dinheiro não tem vícios", mas isso é um discurso perigoso, porque se o Estado abandona as pessoas à sua sorte porque passam o dia no café a fumar em vez de aceitar um trabalho qualquer, estaremos a empurrá-las para um estilo de vida que será ainda mais penalizador e caro para o Estado e para a Sociedade (repara nos índices de criminalidade que se irão suceder à medida que os cortes impostos pelo FMI forem aplicados). Os vícios dos pobres (fumar) são coisa pouca em relação aos vícios dos ricos (snifar cocaína). O moralismo é típico de pessoas que também alimentam vícios, mas de forma clandestina - enquanto que o preguiçosos do RSI o fazem publicamente. Há muito de hipocrisia nesse discurso. Bin Laden era contra "a exploração do corpo da mulher na civilização ocidental" e, vai-se a ver, tinha uma bateria enorme de filmes pornográficos. O Diretor do FMI, por sua vez, abusava de mulheres de posição social inferior (e o mesmo se passa com muitos políticos portugueses que também têm o discurso moralista mas, depois, procuram serviços de prostituição infantil, como é do conhecimento público, ainda que faltem as provas incriminatórias ou magistrados que não estejam unidos por laços de irmandade maçónica).

Podes concluir então que eu digo que não se pode fazer nada para "moralizar" a sociedade... Creio que há muito a fazer. Mas não na sua moralização. O importante é apostar na responsabilidade cívica. E a responsabilidade cívica desenvolve-se quando as pessoas têm condições de vida dignas (lembro-me do caso do Canadá, onde os índices de criminalidade são residuais e as razões são óbvias: os bairros sociais são locais dignos, bem conservados, por exemplo). A miséria não torna as pessoas mais trabalhadoras. Ninguém no seu juízo perfeito prefere ficar o dia inteiro a fumar no café em vez de trabalhar. Mas o juízo não se compra na farmácia. O caminho está na valorização de quem trabalha.

Paulo Portas diz uma verdade: "é injusto que um trabalhador honesto sinta que mais valia estar a receber o RSI e passar o dia a fumar no café"...

Isso é verdade, mas qual é a solução dele? Dar senhas de alimentos - assim as pessoas vão receber aquilo que necessitam para sobreviver, em vez de gastar tudo em tabaco e cerveja... Será? Não, não será assim. Muitas dessas pessoas, por vergonha, não usarão essas senhas (como eu disse, o juízo não se compra na farmácia - nem a falta de vergonha), fazendo eventualmente os filhos passarem fome, já que ir buscar comida com senhas é uma forma de humilhação que a maioria não vai aceitar. E como já disse, não é isso que irá fazer as pessoas abandonar os vícios. Mas vamos imaginar que sim. As pessoas, nessa situação, iam abandonar os vícios e aceitar trabalho... Ora bem... É mesmo isso que a direita quer. Uma quantidade assinalável de pessoas dispostas a trabalhar e a fazer tudo e mais alguma coisa, ao mesmo tempo que os salários diminuirão. Como há muita gente a procurar trabalho, paga-se menos. É uma lei económica selvagem típica do capitalismo e que serve para a escravização total das pessoas, fazendo-se a transferência directa da riqueza produzida pelos trabalhadores para o Capital... acontece que na verdade as coisas depois não acontecem dessa maneira, porque a criminalidade aumenta (e com ela, os vícios) e a sociedade, em vez de se tornar mais solidária, ergue muros, torna-se mais preconceituosa, racista, o ódio começa a espalhar-se e, com eles, erguem-se as políticas de extrema-direita. Procura-se controlar tudo com mais polícias e penas mais pesadas. Mas isso só cria mais revolta. A indignação que até ao momento era expressa por palavras e manifestações pacíficas, passa a ser violenta. Queimam-se carros, partem-se vitrines e montras de loja. O caos selvagem. É uma avalanche que começa pela falta de solidariedade disfarçada de moralismo. O que eu te estou a dizer não é uma opinião. É aquilo que a História já demonstrou que acontece em sociedades repressivas e moralistas. Pensa só na Lei Seca nos EUA: acabou com o vício do alcoolismo? Antes pelo contrário! Tornou a venda de álcool na actividade mais rentável da altura, com toda a espécie de crimes e vícios relacionados: prostituição, jogo ilegal, violência...

Mas qual é a reposta da esquerda para a tal verdade verdade do PP: "é injusto que um trabalhador honesto sinta que mais valia estar a receber o RSI e passar o dia a fumar no café"? Simples. Em vez de empurrar o preguiçoso para uma marginalidade maior ou para a exploração selvagem por parte do Capital (o que teria como efeito a pioria da situação do trabalhador honesto que veria o seu salário a descer porque haveria mais pessoas dispostas a fazer o seu trabalho por menos dinheiro), deve-se apostar na valorização e dignificação do trabalho do trabalhador honesto. O único caminho é dignificar o trabalho, dar às pessoas um salário justo. Se assim for, o trabalhador honesto deixará de olhar com inveja a vida ociosa de quem tem a lata de passar o dia a fumar no café. Ou deveria. Se pensasse em tudo o que está em jogo.

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publicado por Manuel Anastácio às 22:43
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