Woodkid, Iron
Por vezes a dureza do ferro,
A algidez da dor,
O calor morno das lágrimas
E tu
Por vezes as palavras com que te seduzi
Ou com que pedi
A tua dor, as tuas lágrimas
E tu
Por vezes, o cheiro a eucalipto,
Um recanto interdito
O teu cheio a sobremesa abaunilhada
E tu, por vezes a minha face
Por vezes a tua
As duas, nenhuma
Por vezes um tom de voz
Um rasgo em nós, a algidez da dor
E o calor e tu. Por vezes um caminho,
Uma taça de vinho, amargo de lucidez,
Com a acidez de um único trago.
Cálice amargo em que te trago,
Imersa no meu veneno.
Por vezes, num tom obsceno,
Um olhar de mágoa dura,
Um jeito que ninguém atura.
Nada mais há para lá do círculo onde nos encontrámos.
Vimos estrelas e constelações,
Olhámos o fundos dos oceanos,
E para lá da esfera onde nos encontramos,
Por vezes ninguém, tantas vezes ninguém, quase sempre ninguém
Sempre ninguém, por vezes
Ninguém,
Tirando, imersos no éter e nas nebulosas, eu
E tu.